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Açaí cearense se adapta ao solo da Serra da Ibiapaba e avança rumo à exportação

O Estado contabiliza ganhos com a fruta há pouco mais de três anos, conseguindo se consolidar na serra.

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Foto que contém palha de açaí no Ceará.

A meta parecia ousada: produzir açaí no clima local em quantidade suficiente para abastecer o Ceará e ainda exportar o produto e seus derivados. Pouco a pouco, no entanto, produtores cearenses mostram que a realidade do Estado pode favorecer o cultivo de um fruto tradicionalmente associado à cultura nortista, por se tratar de uma palmeira que exige grande disponibilidade de água.

Uma dessas produtoras é Ana Paula Silva, agricultora e empresária de Ibiapina, na Serra da Ibiapaba. Desde 2014, ela toca a Meu Suco, empresa que produz polpas de frutas variadas, mas havia um problema: um dos terrenos agrícolas estava alagado, o que dificultava o cultivo de vegetais.

 

Até que uma visita ao Pará mudou a perspectiva da produtora: "Quando cheguei lá, via que tinha açaí na parte alagada desenvolvendo bem, apesar de ser extrativismo. Resolvi trazer as mudas de lá para secar o meu terreno. Não secou, mas organizou a área".
 

O açaí foi um dos temas centrais do Coalizão Agro Ibiapaba, evento realizado em Guaraciaba do Norte, na Serra da Ibiapaba, e que reuniu produtores e especialistas no agronegócio cearense.

O acaso, para Ana Paula Silva, foi decisivo para que ela pudesse plantar o açaí. Segundo a agricultora, o fruto "colocou a água em fluxo, e tudo o que era de matéria orgânica, o açaí filtrou".

"Preservou ainda mais a região, que era nascente, deu uma secada no terreno. Hoje, quatro anos e meio depois, consegui ver os frutos", relata a empresária.